quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conto de fadas macabro #4

Continuando o post sobre contos de fadas macabros. 
Posts anteriores: Parte 1, Parte 2 e Parte 3

A bela adormecida

Essa sim tem um passado bizarro! Nas primeiras versões, ao invés de espetar o dedo numa agulha e cair desacordada, a bela adormecida tinha uma "farpa" encravada debaixo da unha. Parece uma mudança pequena, mas ela nos leva ao ponto que realmente importa. Nessa mesma versão, o príncipe não é tão encantado assim, e resolve, digamos... se satisfazer na bela ainda adormecida. Depois de satisfeito, ele simplesmente vai embora . Nove meses depois, a adormecida dá luz a gêmeos que, em busca de leite acabam acidentalmente chupando o dedo dela, retirando assim a farpa amaldiçoada.

E a coisa não para por ai, o príncipe que a engravidou (tecnicamente a estuprou) continuou voltando durante os nove meses. Quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais adormecida e com duas crianças, ele decidiu se casar com ela, mas ele não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe era uma OGRA! Que tinha o habito de comer qualquer criança que aparecesse em seu caminho.

 Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então poder levar sua mulher para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer: comer seus dois netos, e não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro a bela acordada conseguiu se esconder até o retorno de seu marido , que quando ficou sabendo dos planos de sua mãe mandou mata-la.

Em outras versões, o príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto é bem parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva numa fogueira.


Branca de neve


O primeiro fato interessante sobre esse conto é de que ele possivelmente foi inspirado em fatos reais. No século XVI, viveu uma princesa chamada Margarete von Waldeck, conhecida por sua beleza. Ela cresceu na região de Waldeck – onde as crianças pequenas, que trabalhavam nas minas, eram conhecidas como “anões” – e era detestada por sua madrasta. Felipe II, da Espanha, decidiu casar-se com a bela jovem, mas antes que isso fosse possível ela morreu envenenada. Muito provavelmente, a história da linda jovem que perdeu a vida cedo demais ganhou força no imaginário popular, sendo depois adaptado pelos irmãos Grimm.
As primeira versões, contudo, estavam longe de serem “fofas”.
Bom, todos devem lembrar que, no filme da Disney, a rainha má pede ao caçador que mate Branca de Neve, e traga como prova do feito o coração da moça. Ok. No original, o coração – e, em muitas variações, os pulmões, rins, e outros órgãos internos – devem ser trazidos para que a rainha coma-os. Eca!
Um dos momentos mais românticos da história que conhecemos é quando o príncipe acorda Branca de Neve com um beijo de amor verdadeiro. Mas, originalmente, ele coloca a moça desfalecida em seu cavalo, para levá-la ao castelo – e ela acorda com o trotar do animal. O que o príncipe gostaria de fazer com o cadáver de uma bela moça dispensa comentários.
E um último detalhe que não podemos ignorar é o destino da vilã. Na versão original, ela é submetida a um tratamento digno de um dos filmes de Jogos Mortais: fazem ela dançar até a morte, calçando sapatos de ferro em brasa.

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